Os 20 Jogos Mais Icônicos do Atari

Paulo Franqueira
10 min readJul 24, 2021

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Nos anos 80, jogar videogame significava sair de casa e gastar fichas nos Arcades (chamados por aqui de Fliperamas).

Até existiam consoles caseiros, mas normalmente era só pra jogar Pong, que foi a primeira grande febre dos videogames.

O Atari então foi o primeiro grande console de sucesso, que fez vários ports de sucessos dos Arcades da época, como Space Invaders e Donkey Kong, e trouxe ele para as salas das residências, de forma simplificada.

Com uma manete que registrava 8 direções, e apenas um botão no controle, todos os jogos eram (forçadamente) minimalistas.

Foi uma era de extrema experimentação em Game Design, e tivemos grandes erros e grandes acertos. Alguns jogos bonitos e outros horrendos.

Mas como a gente também pode aprender com os erros, até mesmo eles vão estar nessa lista dos 20 Jogos Mais Icônicos do Atari.

Adventure

Esse é considerado o bisavô dos jogos de aventura.

Sendo lançado em 79, Adventure engatinhou para que Zelda pudesse caminhar em 86.

O jogo é simples, bem simples, mas polido.

Você controla um quadradinho que consegue segurar itens, e com essa mecânica simples, você vai ter como usar chaves para abrir portas, usar espadas para matar dragões e até usar pontes para atravessar labirintos.

Mas, Adventure é mais uma curiosidade do que um clássico.

Boxing

Boxing é o jogo de luta mais simples, tendo apenas um botão.

Com uma visão de cima, seu objetivo é acertar a cabeça do seu oponente, enquanto evita que ele acerte sua cabeça.

É bem fluído e envelheceu até que bem, mas por ser simples demais enjoa rápido.

Space Invaders

Esse jogo foi um dos maiores sucessos da história dos Arcades, e muita gente fala que foi o jogo que realmente alçou a indústria de videogame a um novo patamar.

Inspirado em Breakout, nessa época o conceito de uma bateria anti aérea ainda estava bem viva no imaginário popular pós-guerra.

O jogo pode parecer fácil, mas os alienígenas começam a ficar mais rápido no final da fase, gerando momentos de grande ansiedade.

Nesses momentos, até a música fica mais dinâmica. Com isso podemos ver que o produtor do jogo realmente pensou nos pequenos detalhes.

Se você gostou de Space Invaders, vai adorar Megamania, que é a mesma fórmula mas com uma ação mais frenética.

ET

Na lista de piores jogos da história, ET vai estar lá.

Não é bonito, nem divertido, nem polido.

A história conta que deram para o produtor de um jogo bem sucedido do Indiana Jones a missão de criar esse jogo em 5 semanas, e ele fez o melhor que pode.

Resultado? As más vendas e as críticas praticamente afundaram a indústria de jogos nos EUA por 2 anos depois do lançamento desse jogo.

Ms. Pacman

Pacman foi uma completa febre dos Arcades dos anos 80.

Porém, nele só existia uma fase, e o padrão dos fantasmas era previsível depois de um tempo, logo os jogadores conseguiram montar estratégias perfeitas para o jogo.

Daí então veio Ms. Pacman, a esposa do Pacman, com várias melhorias de gameplay, como fantasmas mais implacáveis, fases diferentes, além de melhorias gráficas e sonoras bem vindas.

Eu nunca fui muito de jogar Pacman, mas ele merece a menção nessa lista!

Custer’s Revenge

Custer’s Revenge é um péssimo jogo. Tanto em gameplay como de trama.

Nele você controla um Cowboy que precisa fugir de flechas para então abusar de uma indígena que está amarrada em um poste (os gráficos do jogo não mostram, mas na capa do jogo ela está claramente amarrada).

Bem, eu nem preciso falar que é um jogo infame que envelheceu mal.

Porém, ele ganhou notoriedade justamente por mostrar que a Atari não tinha controle de qualidade sobre os cartuchos que saiam no mercado (Start UOL), podendo dar margem para qualquer conteúdo de gosto duvidoso ir parar no videogame.

Além disso, esse jogo já começou a gerar a discussão nos Estados Unidos sobre uma categoria de idade para jogos (que finalmente virou lei após o conteúdo gore de Mortal Kombat).

Custer’s Revenge é icônico por sua infâmia.

Pitfall

Na era 8 e 16 bits, os videogames dependeram de um gênero que fez enorme sucesso: Side Scroller Platformers.

Pitfall é o bisavô desses jogos, apesar das telas serem estáticas e não rolarem. Mas a ideia de um gameplay baseado em andar e pular ficou famoso foi com esse jogo.

Eu cheguei a ter um Atari de segunda mão com Pitfall, e minha grande frustração era nunca conseguir passar da terceira tela, com três jacarés em sequência (agora acabei de descobrir como faz, você tem que dar pulos parado, não andando).

De qualquer forma, cada pulo nesse jogo tem que ser milimetricamente correto, ou você morre.

Pra mim é mais um clássico que influenciou o gênero do que um jogo que envelheceu bem, devido a sua dificuldade.

Enduro / Pole Position

Enduro é o primeiro grande jogo de corrida, e merece respeito, mas não acho que envelheceu tão bem.

Apesar de uso criativo dos gráficos, para mostrar fim de tarde, noite e até neblina, o gameplay é basico demais.

Acelere e desvie dos carros, até enjoar.

Um outro jogo de corrida de Atari, que considero um pouco mais polido, e com um gameplay mais interessante é Pole Position.

Battlezone

Um dos gráficos mais impressionantes do Atari.

Battlezone é um simulador 3D de tanques. É mole?

O jogo é bom, mas você leva muitos tiros pelas costas sem ter chance de desviar e isso realmente afeta o gameplay.

Se não fosse isso, o jogo estaria entre os melhores do Atari. Mas não deixa de ser impressionante.

Breakout

Breakout dispensa apresentações, tendo recebido diversos clones nos consoles da época.

O jogo é como um Pong para 1 jogador, seu objetivo é destruir vários quadrados no topo da tela, tomando cuidado pra não deixar a sua bolinha cair.

Breakout foi idealizado pelo próprio fundador da Atari, passaram a tarefa para um júnior da época: ninguém menos do que Steve Jobs, criador da Apple.

Já ele passou a tarefa para seu amigo Steve Wozniak, que depois usou os conhecimentos adquiridos ao criar o jogo para criar o Apple II, um dos primeiros computadores pessoais.

Ou seja, Breakout tem muita história, mas como jogo não tem tanto assim a oferecer. Mas ainda assim é sólido.

Tunnel Runner

Tunnel Runner é um jogo totalmente à frente de seu tempo.

Imagine Pacman, só que em primeira pessoa, aonde o objetivo é escapar do labirinto.

Só que o jogo é todo em 3D (da época), e ainda tem alguns detalhes, como a música que vai ficando mais tensa quando um fantasma está por perto.

Montezuma’s Revenge

Um dos primeiros experimentos no gênero Metroidvania.

Um platformer 2D baseado em exploração e ferramentas, como achar chaves para abrir portas ou tochas para iluminar salas escuras.

Eu poderia indicar mais o Montezuma, mas sua dificuldade é completamente impiedosa. Erre um pulo por 1 milésimo e você perde 1 vida, isso desde a primeira fase.

(nota: Montezuma’s Revenge é um termo usado nos EUA pra quem viaja pro México e pega piriri por não estar acostumado com comida apimentada)

Popeye

Um joguinho divertido do Popeye, que fez um certo sucesso nos Arcades e recebeu ports para o Atari e para o NES.

O jogo é divertidinho, e pensei em recomendar ele no artigo do NES, mas o gameplay dele é tão arcaico que resolvi colocar ele aqui.

O jogo é um Arcade da época da exploração de gêneros. Aqui, o objetivo é pegar 20 corações que a Olivia Palito joga do alto da fase, enquanto você escapa do Brutus e dá socos nos objetos que vem voando em sua direção.

O jogo não fica mais profundo do que isso, mas a curva de dificuldade é boa.

Keystone Kappers

Keystone Kappers é um dos jogos com melhores direção de arte do Atari. Os objetos são coloridos e bem desenhados, nada que te distraia da experiência.

O gameplay é bem básico, e a curva de dificuldade é boa.

É um jogo de polícia e ladrão, aonde você precisa capturar um ladrão fugindo dentro de uma mansão. Você precisa usar elevadores e escadas pra isso, além de desviar de obstáculos, e pegar itens para aumentar a pontuação.

Seaquest

Um ótimo Arcade experimental.

Nele, você controla um submarino que anda em 8 direções e atira horizontalmente.

Você deve matar tubarões e naves inimigas, enquanto resgata mergulhadores. Tudo isso, tendo que prestar atenção à sua barra de oxigênio, precisando ir na superfície para enchê-la se precisar.

Esse jogo ia acabar passando batido por mim se não tivessem me avisado que ele é diferenciado. O gameplay é bem refinado e intenso.

Top 5

5) Frogger

Um clássico, que criou todo um gênero na época de “Froggers-like”.

Você controla um sapo que precisa atravessar a rua, então pular por troncos e chegar na sua poça no alto da tela. Repetidamente.

Apesar de simples o jogo é bem refinado, e jogando ele você vai perceber que ele é mais do que um jogo de reflexo, mas quase um puzzle. Você vai precisar observar o padrão de certos obstáculos, pra pensar numa estratégia, para chegar nas poças mais à esquerda que são sempre as mais difíceis.

Somado a tudo isso, tem um limite de tempo, e quando você passa de fase todos os obstáculos vão ficando mais rápidos.

Como um videogame, Frogger é claramente arcaico. Mas como um brinquedo eletrônico, Frogger acerta muito!

4) H.E.R.O.

Um jogo de aventura super polido para o Atari.

Você joga com um herói usando um JetPack, que pode dar tiros de curto alcance e deixar bombas para destruir paredes.

Sua missão é descer em cavernas e resgatar civis.

No seu caminho, você vai encontrar diversas armadilhas, e algumas interações inteligentes entre elas. Por exemplo, numa sala escura, você pode deixar bombas para conseguir ver a sala com a luz da explosão.

3) Bobby is Going Home

Pelo que eu pesquisei, esse jogo não fez barulho nenhum nos EUA, mas aqui no Brasil sim.

É basicamente um Pitfall melhorado, com uma curva de aprendizagem bem mais suave, e um pulo que você conseguia controlar totalmente no meio do ar (coisa que só foi aparecer de novo em Mario 3).

Como eu disse, eu ganhei um Atari de segunda mão dos meus primos, e lembro deles se juntarem empolgados para jogar o “jogo da bruxinha”.

Envelheceu bem? Não, mas é um platformer com muitos mais acertos do que Pitfall, e esse mérito não é reconhecido o suficiente.

2) River Raide

Na faculdade, tive uma matéria que pediu pra gente recriar um jogo de Atari, e escolhi River Raide, e então aprendi a apreciar o design robusto desse jogo.

Ele é o jogo que melhor utiliza o controle simplista do Atari.

Você vai precisar desviar de um lado para o outro, assim como controlar sua aceleração e freio, para desviar de obstáculos. Além de poder atirar contra inimigos, e isso tudo enquanto presta atenção no seu contador de gasolina.

Apesar de gráficos e sons bem simples, o gameplay carrega esse título nas costas. É daqueles jogos realmente viciantes, se você se permitir dar uma chance.

1) Missile Command

Missile Command consegue, até hoje, tirar uma reação visceral de você.

O jogo tem apenas uma tela, e pouquíssimos objetos na tela.

Algumas casas, uma bateria antiaérea (você, no caso), e mísseis e bombas, querendo destruir sua nação.

O minimalismo funciona, o gameplay é fácil de aprender, mas profundo. Você usa a área das suas bombas para derrotar os mísseis. Além disso, você não precisa proteger casas que já foram destruídas antes.

Tudo isso, junto com uma curva de dificuldade digna de um jogo moderno, e Missile Command é uma experiência obrigatória.

(destaque para as animações de quando você é atingido ou sofre um Game Over, é realmente bonito e mórbido)

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Quer conhecer meu jogo, que foi totalmente inspirado na biblioteca do Super Nintendo? Acesse aqui!

Tropicalia — a Brazilian Game, o primeiro bRPG

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